domingo, 12 de julho de 2009

O que é o amor??


Sabia que uma hora esse dia iria chegar! Acho que esperei minha vida inteira para responder a esta pergunta! E digo que ainda não sei se sei a resposta, ou, mais ainda, se algum ser humano em algum momento soube realmente responder o que venha a ser o amor. Confesso que quando o assunto é amor, nada sei de concreto. Mas se, como eu disse no post anterior, o que importa é escrever para fazer as pessoas refletirem e mudarem, nada mais apropriado do que falar do amor. Afinal quem nunca perdeu bons minutos matutando sobre o que vem a sê-lo?!

Comecei a refletir sobre isto quando tive uma conversa com minha irmã sobre um casal que conhecemos que está junto há 10 anos, mas não há amor. Ela está com ele porque queria ser mãe. Ele está com ela porque o status social dela lhe convém. Ambos conhecem os motivos do outro e ainda assim convivem em harmonia. Há uma década! Um casamento sem ciúmes, sem (muitas) brigas, sem paranóia e sem amor. Perceba que estou me referindo aqui àquele amor romântico, mitológico, “de comercial de margarina” e de filmes de Hollywood. Casamento sem amor. Estranho? Pra mim também é. Só que diante do fato não poderia deixar de ponderar qual a verdadeira importância do amor para a duração de um relacionamento.

Para explicar a conclusão que cheguei, só começando do começo (obviamente.. rsrs...). Primeiro, influenciados pela mídia, que prega a supervalorização da sedução e da conquista, e pela sociedade contemporânea imediatista, saímos por aí em busca do nosso amor perfeito e como se isso já não fosse tarefa suficientemente difícil, queremos pra AGORA! Fazemos uma lista com nossos ideais de prazer e alegria, nossas exigências, nossas expectativas, nossas, nossas e só nossas. De repente a gente pisca e, BUM, estamos apaixonados. Não porque aquela pessoa nos faz bem e sim porque precisamos de alguém que NOS ame e que venha a superar NOSSAS expectativas. Passamos a precisar do outro pra ser feliz, entregamos o nosso desejo de ser amado e a ânsia de ser visto, tocado e adorado. Deixamos de ser algo inteiro pra ser metade, uma vez que a nossa felicidade para existir depende do querer do outro.

O problema é que a expectativa excessiva produz intolerância, ansiedade, angustia e paranóia, além de impulsos neuróticos que nos fazem ligar 125425752 vezes por dia! Daí pra frente só existe um caminho, a paixão diminuir e o relacionamento ficar mais morno, mais apático e principalmente mais racional. Começam a aparecer os erros e falhas da pessoa “amada”, e junto com elas nossas frustrações. Ninguém quer abrir mão de nada e muito menos aceitar que a dor também faz parte da condição humana. Dor e frustração passam a ser indicadores da insuficiência daquele sujeito de te amar da forma que você queria. Em outras palavras, ao menor obstáculo, já partimos pra outra.

A verdade é que este tipo de relação não está embasada no amor, mas sim na paixão. E costumamos nos confundir bastante a respeito disso. Esquecemos que a paixão é fruto do imaginário, do surreal, é a forma como reagimos há algo novo e que queremos conquistar. O amor, por outro lado, só sobrevive no campo da realidade. No começo, existe um fogo novo, tudo muito excitante e animador. Mas logo isso se apaga e volta-se ao que era antes. E é ai que a brincadeira começa a ficar divertida! Paixão, sentimos a mesma por qualquer pessoa que seja, e as vezes transportamos uma paixão para a primeira pessoa que passa só para poder dizer ESTOU APAIXONADO. Amor não. Ele acontece quando conseguimos ver, conhecer e principalmente conviver com as peculiaridades da pessoa que escolhemos, com todas as suas manias e defeitos.

Amar não é ser totalmente dependente da outra pessoa pra ser feliz, é ter a certeza de que esta pessoa não é pré-requisito para a sua felicidade e ainda assim ter o desejo e a disposição de estar junto. É saber que fatalmente você encontrará dezenas de pessoas mais bonitas e mais inteligentes do que a que está do seu lado, mas você decidiu amá-la por algum motivo, e enquanto mantiver essa decisão, nada superará a vontade de ficar junto. Nem a distancia, nem as diferenças, nem nada! Porque amar não é sentimento, amar é escolha! O amor é o ato de querer ficar com o outro. Decisão consciente, leve, sábia e madura. E quando entendemos isso a leveza da relação surge, porque finalmente percebemos que a paixão é uma coisa insignificante perto do desejo de, ainda que livres pra ir, encontrar alguém que nos faça querer ficar!

Em resumo, acertou quem disse: "os dispostos se atraem"...

6 comentários:

Grazy Lee disse...

Lindo esse texto sobre o amor!
E pra quem tava na dúvida,acho q vc sabe bem o q é.rsrs..

oi disse...

Não poderia deixar de parabenizar esse texto sobre o amor!!!

No entanto, apesar de concordar com as suas colocações e sentimentos em relação ao amor, continuo acreditando em um amor maduro com paixão, desejo de querer "ficar" e "estar" junto, leveza, sabedoria, admiração, mas completamente desprovido de "apenas conveniências". Digo isso, porque quando um dia, pode ser daqui há duas décadas, o amor "apenas conveniente" deixar de sê-lo, existirá o desejo de estar e ser livre e não mais querer ficar junto.

Discordo apenas quanto a colocação de que "amar não é sentimento e sim uma escolha".

AMOR para mim (meu sentimento) é um sentimento tão nobre, que lamentavelmente não consigo racionalizar, até porque sou uma libriana "nata" movida, removida, "sobrevivida" por ele: O PURO AMOR. Sou AMOR PURO, fazer o quê??? Hahahaha ♥

Parabéns pelo texto muito bem colocado e gostoso de ler, como todos os que você escreve.
Continue nos proporcionando sua contagiante sabedoria, leveza e paixão pela "escrita", o que só nos faz aprender a gostar e apreciar a leitura mais e mais a cada dia.

Sucesso sempre e um grande beijo no aguardo de novos textos.

Valeska = Neca.

NOYLA disse...

Sem comentar se concordo ou não com sua opinião sobre o amor, quero dizer que fico muitooooooooo orgulhosa de ver voce, filha minha, tão madura aos 20 anos. Que lindo!!! Adorei o texto, a leitura flui fácil e gostosa.
Bjos!!!!

Lilla Mattos disse...

Nem se o proprio Deus descesse do céu para elogiar um texto meu me faria tão feliz quanto esse comentario da minha mãe aqui no blog me fez! SENSACIONAL!!! Obrigada mamãe ;p

Anônimo disse...

Engraçado a humildade no início, porém, sem querer querendo..rsrs, foi se convencendo, durante o texto, que sabia do assunto e acabou definindo o que não queria definir. Acho que dessa vez, fluiu pra gente, porque fluiu pra você.

Unknown disse...

GENTE!!TOTAL!!!!!VC ACABA DE ME AJUDAR A DESVENDAR O MISTÉRIO DO MEU RELACIONAMENTO!UIHUHUHUHUH

BJOSS!!!