domingo, 27 de março de 2011

Fly me to the moon and let me play amoung the stars...


Nos últimos 3 anos, virei o ano com a sensação de que nada havia mudado. De que a vida tinha permanecido milimetricamente a mesma. Mas sei que no meio disso existiu a vontade de querer dar sempre o melhor de mim, e de ir lá e fazer, seja o que fosse ou porque fosse. Existia a vontade de tentar, de experimentar. E ser o melhor que pudesse ser. E de fato fui lá e fiz. De tudo um pouco. Mas só o que me era interessante, o que me era de vontade própria, e principalmente, o que me era bom. E no mês em que a lua se tornou a maior de si, acho que também o fiz. Tornei-me a maior de mim. Alcancei o meu perigeu lunar. Isso porque nesses últimos anos, desconstruí o discurso que ouvi em algum lugar como se fosse o certo pra mim. E fui em busca de algo que me fizesse essencialmente sentido. Segurei na minha própria mão e fui indo. Até que conseguisse torcer meus membros, lamber minhas feridas, encarar meus problemas, e, também, entender que as palavras que agora escrevo querem mesmo é falar do cotidiano - do doce cotidiano que posso me entregar todos os dias de manhã. Mesmo que ainda não me prive de dizer o quanto uma taça de vinho pode potencializar todo tipo de paixão, o quanto é perigoso juntar os dois ou o quanto dessa mistura eu consigo suportar. Mas do lado de cá está tudo certo. E enquanto a vida for doce, pedirei outra garrafa. De vinho e de paixão.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Porque o feminismo ainda é uma farsa...

Não vou começar com aquela conversa de que mulheres são condicionadas desde a pré-história a cuidar da casa e dos filhos enquanto o homem se encarrega da proteção e da caça. Porque livros no estilo “Why men don’t listen and women can’t read maps” existem aos montes por aí. Mas ando achando que é nesse discurso que reside o motivo do feminismo ainda ser uma completa farsa.

A verdade – clichê ou não - é que as mulheres ainda carregam a cruz inconsciente de que são metades, de que a razão de sua existência é a de se dar, de se doar à família, aos filhos ou à outra pessoa. Acontece que, enquanto isso, o (ir)racional tenta segurar a pose de mulheres bem resolvidas do século XXI - ab-so-lu-ta-men-te independentes. Afinal, é isso que se espera delas. Elas precisam ser invulneráveis, trabalhar muitas horas por dia, dar conta da casa, dos filhos, do relacionamento, exercer sua própria personalidade, se exercitar 7 dias na semana, saber todas as posições do kama sutra, sobreviver em cima do salto agulha e ter a cara repuxada com botox.

Acontece que elas acabam entrando em conflito constante com elas mesmas por perceberem que não é tão fácil assim se adequar a esse perfil. E que sempre têm aqueles dias em que a herança pré-histórica feminina transborda pelos poros e elas voltam a sentir que precisam da outra metade para poderem se sentir inteiras novamente. Aí não tem jeito. Mandam às favas toda a história de queimar sutiã em praça pública e ficam desejando poder voltar a ser, por alguns instantes, belas donzelas do século XVIII que gostam de cortejos, e que precisam de colo e proteção. Além disso, nesses dias, passar por criança que precisa de colo não parece loucura e exigir igualdade pela manhã e se recusar a pagar o jantar a noite é algo totalmente coerente pra elas.
Acho que as mulheres estão em fase de transição, de amadurecimento, de conscientização. Mas é preciso buscar sempre o equilíbrio, certo?! Acho então, que nós mulheres, deveríamos assumir logo que homens e mulheres nunca serão iguais, e que o feminismo é na verdade uma grande farsa. E que talvez seja essa a grande questão a ser resolvida. O amadurecimento que ainda falta. Isso e o fato de ainda não termos nos livrado do péssimo hábito de, volta e meia, desprendermos tempo e paciência demais para homens medíocres – mas esse, é um papo pra outra hora...