sábado, 14 de abril de 2012

Full of love. Full of wonder

"Viver é foda, morrer é difícil
Te ver é uma necessidade. Vamos fazer um filme" (!?)
 [Legião Urbana]

Vamos fazer um filme de verdade agora?! Esta esquete mal ensaiada não ta dando mais conta. Vamos fazer um filme? Um daqueles de caos e amor? E que te ensinam a se despedir de quem você é, mesmo que o que você queira seja só um até logo, um te vejo semana que vem para um chá? 
Ideia genial: Semana que vem, conquistar o mundo! Rir e dizer que o fim faz parte do processo. Parar de perguntar. Parar de interrogações. Conquistar o mundo. Vamos? (Ops).
Talvez desse. Mas até mesmo um até logo te leva a pele embora - além de muitos papéis e um passado recente. Ir embora não precisa doer se soubermos que sempre existe uma esquina onde todos acabam se encontrando outra vez. 
Vamos conquistar o mundo! Mas fazendo o que ama, cada um com o que ama e fazendo com quem ama. Vamos conquistar o mundo sendo felizes e pronto?! Trocar de pele e levar cada um por dentro, com generosidade e gratidão. Vamos? Conquistar a vida. Levar todo amor que nos for disponível. Lembrar de deixar a porta encostada quando sair.

Pelo amor de Deus, 
Vamos ser felizes?

sábado, 10 de março de 2012

Fé cega.

Aquilo que é.
Fé.
E nada além.
Pura fé de quem entende que deixar o controle vai  muito além de perdê-lo.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pardonne moi, mon amour, quando eu bebo um pouco a mais

Ai eu bebo, fico com raiva e quero mais é que você se foda. E a minha casa (cama) vazia me lembra que nem tão cedo vai entrar alguém aqui. E que eu ainda não troquei os meus lençóis. Ainda são os mesmos da ultima vez. Porque eu gosto de sentir seu cheiro neles e lembrar que você esteve por perto. Porque foi decifrando seu cheiro no meu travesseiro que eu consegui entender que nós, talvez, não tivéssemos nada, a não ser a vontade mútua de não querer ficar sozinho. Tentamos encontrar algo na superficialidade da nossa solidão. E por isso tento me convencer de que não tivemos nada. E repito incansavelmente pra mim mesma que não tivemos pele, nem tivemos amor. E talvez eu acabe acreditando que o que queríamos, era apenas companhia para enganar nossos silêncios e nos convencer de que não estávamos sozinhos. E por isso eu bebo, e acho tudo um desperdício. Acho um desperdício deixar que seu cheiro no meu lençol impreguine a minha vida. Então eu bebo e escuto Chico até ficar com raiva e querer que você exploda. Acontece que não há mais parte alguma de você nessa casa e mesmo que eu vasculhasse, hoje em dia não há indícios da sua presença por aqui a não ser esse cheiro do teu banho no meu lençol. Hoje em dia, de você eu ouço só notícias vagas e perdidas. Não sei a que ponto você está e talvez eu nem queira saber. Porque a possibilidade de felicidade plena na sua vida me incomoda. E eu tenho inveja do seu sorriso de gato, completamente despojado e avesso à realidade em que eu e o resto do mundo vivemos. Queria sua bolha por um momento. Queria o planeta em que você se esconde, a vida paralela que você leva e seus pensamentos tão longe quanto nós dois. Mas me restam apenas esses lençóis, alguns cigarros, os tempos de carnaval e alguma coisa pra beber. Por isso eu fico com raiva e quero mais é que você se foda. Mas não antes de saber que eu continuo pensando em você...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Um texto que ficou perdido.

Tenta saber menos,sentir menos, questionar menos, mas se entrega! Se entrega nas linhas tortas que escreve.Destrói a sua casca, desarma seu escudo e mostra sua cara quando escolhe letras pra junta-las em sentido de um peito que eu sei que não é mudo. Que até queria ser. Mas que transborda. Você transborda, Amigo.Por isso seu discurso te trai, sua postura te trai e sua cara de filho duma puta te trai.E se só em letras te mostras, em letras te encontrarei! É nas Letras que eu vou te encontrar, que eu vou vomitar a ausência do descaso e o meu cansaço em me indignar por você querer que se ponha um ponto.Toma-te então o que tu queres! Toma teu ponto com a minha exclamação!
Eu anuncio, e ponto
Eu te amo, e ponto
Eu te amo anunciadamente, Amigo.
(E ponto!)

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Contrato

(Liga o som)
"Ouve isso. Você deve entender que não tem a mesma sorte.Ouve só mais isso. Que é música que eu gosto. Depois vai estar tudo combinado. Me deixa dar apenas mais um passo. Um passo pro lado. E ai está tudo certo. Te prometo, só mais dois passos e eu vou ser mais forte. Quem sabe até três ou quatro deles. Porque eu já não sustento mais o meu sorriso, não falo mais, não curto mais, não durmo mais, não como mais e não me aguento mais em pé. Só mais uns oito passos pra frente, e mais uns 5 pro lado e te prometo não tentar ser mais de aço. Com dezesseis eu até paro de fingir que não desmancho, nem me desfaço. Só senta aqui e ouve isso por enquanto, que eu preciso escutar outra voz. Preciso escutar algo que não carregue mais seus traços. Por só mais vinte passos. Combinado?!"
(Aumenta)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"Por favor, Chérie, não se apaixone por mim"

Você é tanto que sobra. E acorda provocando nostalgia. Procurando por algo que já se foi. Como automutilação. Como arrancar um pedaço da sua memória, da sua pele, do seu respeito. Você provoca as variações de humor, a falta de ar e a saudade de alguém que viveu feliz até o amor acabar. Embora você ainda leve nas legendas o nome daquele que te pediu que o deixasse (mas se manteve ao seu lado pra velar o amor como fosse possível). Daquele que te pediu que deixasse todos eles, todos os seus sentimentos largados pelo chão.
Não deu. Porque seu sentimento cachalote não deixa de colocá-lo no teu inconsciente junto com tuas pílulas para dormir. Porque você transborda. E o que quer é alguém que recolha o que sobra. Você é tanto que sobra. Ou então ainda ame, ame loucamente e se contorça ao ver as marcas dele pela cidade e o buraco vazio que ficou por entre seus ossos. E por isso não queria ir. Mas também não queria que lhe invadissem os sonhos. Acontece que pode não existir jeito, e você precise trocar as pílulas pra dormir, e trancar bem a porta todas as noites. Afinal você é tantas que sobra. E para quem é assim, talvez nunca exista gente o suficiente para recolher os restos...
E isso você precisa entender.
(Você)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Farrapus Humanus

Voltar na casa da minha mãe ainda dói. E assim eu vejo que é preciso muito mais do que botar uma bela roupa branca, tomar banho de sal grosso, enfiar os pés na areia e dar três pulinhos para que as coisas mudem depois da virada do ano. Arrumar o armário, jogar as coisas fora e deixar a janela aberta não vale muito quando a vontade mesmo é de varrer o mofo pra debaixo da porta e chorar, tardiamente, as pitangas em luto pelo meu passado. É preciso muito mais do que escrever uma lista com coisas que você quer que aconteça. Pra começo de conversa, é preciso respirar fundo e deixar a televisão desligada. Deixar a métrica de lado e escolher palavras como quem cata pedras - e as engole depois. Mas admito, no auge da teimosia, que o exercício de catar pedrinhas se faz tão difícil às vezes que a criatividade voa pelos ares e só volta se doer. Doeu deixar meu cachorro. E deixar um amor em 2011 e seguir para o próximo tentando esquecer o que ficou pra trás. Doeu não ter tempo pra fazer mais nada além de trabalhar. E doeu voltar hoje na casa que um dia também foi minha. Mas saio de lá e as pitangas começam a secar, naturalmente. Porque eu acabo por lembrar que eu falhei, invariavelmente, em todos os "must do" da minha última lista, mas troquei de emprego, mudei de casa, de pele, de jeito e mudei, mudei pra cacete. Egocentricamente (ou não), acho que me tornei uma pessoa melhor. E inferno astral a parte, não há nada de que eu possa reclamar. Nem mesmo por ter saído de casa e deixado o cachorro por lá.
Que venha manso, então. E seja doce, 2012. Seja dois mil e doce.