terça-feira, 21 de setembro de 2010

"Avante e Rasante"

** Um texto lindo que eu ganhei de um amigo querido. Cheio de entrelinhas e linhas. Tortas ou não, mas transbordando de emoção e significado. Alguns escancarados, outros incompreendidos - até pra mim, confesso. Mas que me encheu de alegria. Acima de qualquer outra coisa.

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As intenções.
Ah! As intenções são sempre as mesmas intenções.
Seguidas de gestos calmos, sorridentes, lúdicos e beberrões.
A certeza do hoje a favor do passado discreto e novo.
Trás um certo conforto matinal.
Os trilhos são para os pássaros.
E teus cantos para tuas crias.

Noite. Longe da noite calada.
A guerra constrange mesmo a noite.
Momento de vida curta, madura e às vezes inútil.
Porém vida. Muita vida. E isso é útil.

Vaguemos então ao oriente do álcool.
A nudez das bocas eufóricas e febris.
Jovens águas da tecnologia atual.
Como não são ásperas tuas escamas.
Que perto de algas são chamas.
Que tampouco azul te leva como uma névoa.
Às vezes parece uma árvore de plumas.
Às vezes parece que me rega.
Parece um abraço meio completamente fora do tédio.
Meio que aquelas plantas preguiçosas que servem para outras plantas.
E ao caminho da luz, lhe dão preguiçosas esperanças.

Sobre os lençóis amontoam-se musicas de Chico e poesias de Vinícius.
Aquela sintonia AM musical e "carnativa" natural.
Onde as vestes são para tuas colméias e desse mel aprecio num sentido só.
E que apenas calado sou capaz de madrugar e indagar uma promessa.
Fatos que se contam em belos livros, porém cheios de tramites.
Capítulos estes. Estes que tens em mãos.
Que forçam em palavras e em apertos de coração.

Vitimados assim pela insônia postural e coletiva.
Damos os olhos e respeitamos a fúria.
Contraímos emoções a sobrarem sorrisos.
Contraindo conversas a restar em fome e sede.

Levantamos as seis, as três, as duas e a uma.
Levantamos como se fossemos a academia.
Chegando em nosso destino.
Ainda não é o final, mas, por favor, senhores passageiros.
Apertem os cintos pois acabamos de aterrissar.
"Um café expresso, por favor, e sem açúcar!"

Por: Vitor Vantil