sábado, 29 de outubro de 2011

O tempo engatinhar. Do jeito que eu sempre (te) quis

Engatinha de mansinho, que esse é o jeito que eu sempre (te) quis. Sua fumaça em volta da luz, e suas pernas em volta de mim. Chega até aqui, enquanto eu me enrosco na decisão de passar rápido pelas soluções imediatas. Pelas (re)soluções que batem na minha porta e me oferecem um sorriso de quem anseia o medo de estar na frente de tudo. O meu medo de estar na frente de tudo. Chega até mim e me faz ver que o caos, apesar de parecer reinar no que me diz, reina também no que me faz feliz. Deixe que engatinhe o tempo entre nós. Porque os amores de quem ama por trás só são assim tão rápidos porque tentam nos lembrar que só o que é lento é eterno. Que você é lento. Que você é eterno. E que o seu ser-lento bate de frente com o meu jeito, só pra (me) incomodar. Que o seu ser-lento agride minhas manias, e minhas manias agridem tua forma de andar. São os meus traços que brigam com seu jeito de viver a vida. Uma guerra de manias, de feridas, de paixões, e de eterno deleite. E que me mostra o quanto assusta ver que não há ponto comum entre meus trejeitos e seu modus operandi. Mas que deixa claro também que é quando você me contraria que eu gosto. Que é quando você me contraria que eu gozo. Aperta o meu rosto então, e não desvia o seu olhar. Depois escorre pelos meus quadris. Pra me fazer lembrar que talvez o melhor mesmo seja engatinhar...

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