sábado, 18 de junho de 2016
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
27 no 23
“O correr da vida
embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.” (Graciliano Ramos)
Enfim, é ano
novo. Meu ano novo, meu recomeço, meu zerar do cronometro, o retorno da Lua progredida
à posição do meu nascimento. Meus 27 do
agora ou nunca, meu grito na cara da maldição do clube dos 27 ou a certeza
tardia de que não sou tão virtuosa assim - pelo contrario, comecei errado! Tive
a ousadia de nascer no Carnaval e fazer silêncio. Batuque, Samba, marchinhas, tamborim
e eu não quis fazer barulho. Quisera minha mãe ter conseguido prever que eu já anunciava
aí que não teria escapatória, eu iria fazer tudo do meu jeito!
Acontece que
quem nasce no carnaval não tem vocação pra ser discreto. Nossa primeira
impressão do mundo é colorida, musicada, cheia de sorrisos e quando descobrimos
que a vida não é bem assim, rola um choque, entende?! E talvez por isso eu
tenha crescido e virado uma mistura de amor e caos. Talvez por isso, nunca nada
tenha sido leve. E certamente por isso a vida sempre me pareceu uma grande festa
- E você sabe que a festa foi boa
vendo o tamanho da ressaca!
Eu sou a ressaca do carnaval, a quarta feira de cinzas e a
vontade de querer sempre um pouco mais! E ai, não importa se os novos dois dígitos
me assustam, não importa se o retorno de Saturno vem iluminado pela Lua cheia, não importa se não consigo
levar meus amores menos a sério e muito menos que essas coisas não vão me
passar impunes, ou que nunca passarão! Por mais que eu bata os pés e peça que
pare, que eu corra, mude de casa, de cidade e de país, a verdade é que isso não
faz interferência alguma na velocidade em que minha idade me alcança!
27 anos e respirar parece ser pouco, mas é só o
que importa. 27 anos e eu precisei mudar pra um lugar que não é meu só
pra tentar achar, dentro de mim, aquilo que ainda me falta. Aprender a colocar
os cacos de vidro do copo e do coração dentro do lixo e não voltar mais pra
buscar! É mais fácil comprar um copo novo e manter o coração (e a cabeça, vale
lembrar) no lugar e deixar que as coisas se acertem sem que eu precise enfartar!
27 anos e é só isso que eu preciso. A
aquisição definitiva da autonomia do sentir, e saber voltar, quando
necessário, ao silêncio confortável
de quando eu nasci. O silencio que anunciou, precocemente, que eu iria fazer tudo do meu jeito! E que eu fiz!
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016
Dois mil e de uma vez
Dois mil e crise acabou. E que vá com ele as dores dos
nossos corpos cansados. Não foi um ano fácil. Mas acabou! É possível respirar
mais uma vez, recuperar o que ficou pra trás, reconstruir os pedaços do que foi
quebrado e recolher nossa coragem enfraquecida pra encarar o que está por vir.
Que 2016 venha recheado de melhores pessoas e melhores
escolhas, além de todas as novas experiências que me aguardam. O ano que se inicia
me reserva a necessidade de ir, de buscar algo em uma cidade que não me
pertence, mas que é meu: Liberdade! Que o frio que me espera não esfrie meu peito e que minhas marcas sejam mapeadas em minúsculas,
maiúsculas e interjeições, pra que eu possa depois voltar pra reler e relembrar
tudo aquilo que inevitavelmente ficará pra trás. É o que desejo pra mim. Pros
familiares e amigos, quero dizer que acho extremamente possível conseguir
rebobinar a vida e começar tudo outra vez, ainda que a gente precise rezar um
pouco mais antes de dormir! Força!
Que neste ano então, a gente consiga exterminar todos os
nossos fantasmas e lembrar de ser mais humano e mais cuidadoso ao lidar com o
próximo. Que as emoções venham mais administradas - porque transbordar demais
da um trabalhão danado na hora de limpar. E que a gente aprenda a se permitir - de vez em quando - dormir até acordar! Por fim, que dia sim dia também a gente se
sinta muito bem! PORQUE A VIDA É PRA SER LEVE! Então que seja! Feliz Ano Novo!
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