sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
Cotovelos
segunda-feira, 2 de março de 2015
Um texto. Muitos anos depois.
26 anos e perdi a pratica. Jazz, madrugada e cigarro. Era a formula pra conseguir
escrever. A jovem que eu fui vivia uma personagem noturna que consumia palavras
regadas à nicotina e transpirava letras durante as horas mal dormidas. Uma
personagem clichê que surgia para escrever textos ainda mais comuns. A
admiração pelo cinza, pelo nostálgico e o eterno destrambelhamento do ser me
faziam produzir entranhas em textos. Sempre com doses excessivas do sentir. Eu
sou só sentimento - repetia com a constância mimada de quem descobriu Billie
Holiday muito antes de se descobrir.
Acho que juntar parágrafos deixa
de ser tarefa fácil quando se coleciona uma quantidade grande de professores na
sua pagina pessoal e mantém pendurado na parede um diploma de Universidade Federal.
As vírgulas impróprias e as crases mal
usadas viram carrascos da ideia literária.
Um excesso de insegurança que não pode existir em quem escreve sobre o
que ta por dentro. E eu só sabia escrever sobre isso. Agora nem consigo mais.
Ironicamente, escolhi Letras porque queria escrever, e hoje,
aos 26, a capacitação me impede porque me assusta. Falar sobre isso me
assusta um pouco mais! O problema é que eu preciso escrever! Aí em anos ímpares eu tento
retomar de onde parei, e nos pares eu me escondo debaixo da cama, morrendo de
vergonha de tudo que tem por aqui.
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