segunda-feira, 11 de abril de 2011

Substantivo feminino (de esperar)

"Tenha um objetivo e, mais cedo ou mais tarde, você acabará no divã de um psicanalista. Minha visão é a de uma vida sem objetivos. Essa é a visão de todos os budas. Tudo simplesmente é, por nenhuma razão em absoluto. Tudo é simplesmente um completo absurdo. Se isso for entendido, então qual é a pressa? E pressa pra quê?"  [Osho]


Andei refletindo sobre isso, e acho que só os monges e os sábios aprendem a esperar com graça.

O resto do mundo tá sempre inquieto, querendo interromper o fluxo dos acontecimentos. Estamos imediatistas, tudo tem de ser para ontem e com muita motivação. Afinal, tempo é dinheiro, certo?! Mas estamos com pressa de que? E será que estamos mesmo com pressa, ou simplesmente perdemos a capacidade de esperar? Esperar nos lembra que não estamos no comando. Que não temos controle sobre tudo. E parece que ninguém tá afim de entrar no trem fantasma sem poder fechar os olhos! Vivemos em uma sociedade onde o instantâneo e a busca da felicidade imediata são valores predominantes. E no meio disso, acabamos ficando escravos das nossas vontades, ansiosos e impacientes. O que pra mim, parece ser um indicador, não de limites inerentes ao ser humano, mas da nossa aparente insuficiência de ter esperança.

Não tinha certeza, mas imaginei que espera e esperança de alguma forma se fundissem etimologicamente. O Michaelis confirmou - "Esperança: Substantivo feminino (de esperar)". E ai, a linguagem nos mostra, mais uma vez, que ela sempre encerra em si informações muito mais profundas do que pensamos saber - ou prestamos atenção! A esperança morre, justamente, quando deixamos de esperar em função de uma presunção. Em latim: praesumptio, que significa “tomar antes”, “antecipar”. Antecipamos o desfecho da situação de acordo com nosso grau de desespero, e ai, perdemos a esperança e com ela a capacidade de esperar que as coisas realmente se concluam. Agora, Tudo que fazemos, é porque escolhemos fazer, ainda que inconscientemente. E que bom! Afinal a escolha é nossa base sólida, já que se trata de uma das poucas coisas que ainda temos controle: nossas decisões. Com a espera(nça), então, não é diferente. Você tem que escolher esperar. Escolher sair do mode on e entrar em standby. E, quem sabe, aceitar que você não se move no tempo, e, sim, o tempo que te move.

Maaaaas, como diria a mãe loira do funk, “Quer ficar com a perna grossa? Tem que ter disposição!” (rsrs)

****************
P.S.: Mais um texto hoje. Acho que ligaram as turbinas aqui dentro. De madrugada eu crio, de dia eu reflito. Gosto disso!
P.S.2: Textinho #autoajudafeelings bagaraleo mas tá tudo certo....

2 comentários:

Lena Maria disse...

Voce é uma pessoa maravilhosa...seus textos sao muitos bons, mesmo eu nao sendo uma expert no assunto.
Mas estao deixando de ter uma grande escritora por ai... mas quem sabe uma dia, ne?! Como sabemos amanha é um novo dia e ao futuro a Deus pertence...quero que sejas feliz e continue assim sempre.
Beijocas, Lena Maria.

Lilla Mattos disse...

Leninha muito obrigada!!! Que bom que ainda le o blog.. saudades de vc!!!
beijão