sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Entre karmas e amigos



Conheço o tamanho do poder das palavras. E como a Lo pediu. Resolvi parar 10 minutos antes de ficar bonitinha para sair e escrever um texto. Um texto feito pra acalmar o coração de uma amiga e aproveitar pra dizer a um amigo querido que fez aniversário por esses dias o quanto ele é importante na minha vida.

Difícil escrever assim por encomenda. Tentei alguns começos, apaguei, comecei mais algumas vezes e nada. Peguei um cigarro (ainda to tentando parar, mas também não da pra parar de vez né?!), andei até a janela e fui ver o movimento. A tentativa de largar o cigarro e os remédios pra dormir, que o médico me receitou, tem me feito viver menos entre cigarros e xícaras de café nas noites de insônia. Só me restou, então, buscar inspiração no mundo do lado de fora da minha janela. Olhei a rua como se fosse a primeira vez que a visse. Dei mais um trago e me senti inútil por não conseguir largar o vicio. Tentei imaginar o que escrever para acalmar o coração da amiga que está em casa derrubada por uma virose. E ainda no que escrever pro amigo que está km e km longe de mim, mas tão perto do coração que sinto como se um pedaço do coração dele batesse dentro de mim, juntinho ao meu.

Parada assim, na janela, olhando o mundo la fora, consigo ver o mundo aqui dentro de mim. Acho que ver as pessoas em movimento me da a sensação de que estão todos seguindo seus caminhos e que o mundo está bem. E se la fora ta tudo bem, é preciso, então, começar a arrumar o que está aqui dentro. Entender o momento. Entender o sentimento (ainda me mantenho nessa luta). Entender os porquês das coisas que tem porquês. E lembrar das coisas que não tem porquês só pra sentir o gostinho do inexplicável mais uma vez. Queria escrever pra acalmar o coração de uma amiga, pra dizer prum amigo como é gostosa a sensação de sentir sua presença mesmo ele estando anos luz de distancia. Mas de tanto olhar la pra fora buscando inspiração acabei vendo o que está aqui dentro. Aqui dentro está tudo confuso, está tudo uma bagunça. Porque parece que estou fadada a viver um tipo de Karma.

Digo isso pensando nos amores que tive. Todos com ares de “ter tudo pra dar certo”, e no final não dão. Todos eles. Uma sucessão de falta de sintonia. É sempre assim, eles chegam vêem de perto meu formigamento e minha pressa de vida. Se assustam com os buracos que minhas asas fazem em minhas blusas, mas acabam por aceitar o desafio. Pegam na minha mão e tentam me fazer diminuir o ritmo. Acontece que dou passos largos, e aos poucos eles precisam acelerar os passos se quiserem continuar ao meu lado sem soltar as mãos. E saem correndo comigo, e se acostumam com toda a inconstância que eu apresento. Só que chega uma hora que eu canso. Não deles, mas de amar a mil por hora. Não que eu não vá acelerar meu ritmo novamente, mas há momentos em que tudo que quero é me enroscar no colo de alguém e manter meus pés quentes durante a madrugada. Mas quando eu que fico cansada procurando um amorzinho calmo são eles que têm sede de tudo. E já não se contentam mais em ver meus momentos de tédio de perto. E saem por aí fazendo com que as pessoas se apaixonem perdidamente por eles, para depois se cansarem delas, e partirem então para uma nova história de amor fulminante que durará 60 minutos. Uma sucessão de falta de sintonia. Algo parecido com aquela história onde “primeiro ele a queria e ela nem dava bola, depois ela o quis e ele não quis mais. Ai quando ela desistiu, ele voltou a querê-la”. (Conhece essa historia?!).

E de repente surge um novo alguém, um novo sentimento, um novo contrair de dedos, e tudo aqui dentro fica confuso. E eu deveria escrever um texto que não falasse sobre meu próprio umbigo nem sobre uma espécie de maldição que me persegue. Mas meu coração já foi vasculhado e posto de cabeça pra baixo e por isso acho que não consigo. A janela está aqui escancarada na minha frente mostrando que as pessoas continuam indo, que o mundo continua indo, e que eu, que tenho formigamento e pressa de vida, não posso parar por medo de um karma maldito que me persegue. A janela ta escancarada e do lado de fora tem a Lo com quem eu falo sempre que preciso de suporte. Uma amizade nova, mas que parece existir desde 1930. Tem o Gui, que andou fazendo aniversário e que apesar de eu ficar anos e anos sem vê-lo, afirmo indubitavelmente que um pedaço do coração dele bate dentro de mim. Ele dá suporte a minha alma. Então que esteja uma desordem, que a casa esteja vasculhada, lá fora tem o mundo que segue bem e as pessoas que seguem seus caminhos.Tem minha amiga que apesar da virose continua atenciosa, carinhosa, emotiva, passional e assustadoramente parecida comigo e o amigo querido que é único no mundo, tem jeito de artista e ainda cede um pedaço dele pra morar dentro de mim.

Parada assim, na janela, olhando o mundo la fora, consigo ver, agora, que não se pode amar nada no mundo com a mesma intensidade que amamos as pessoas que nos fazem bem, e aí, o karma em que estou fadada a viver começa a parecer pequeno. E no fundo talvez o seja.

3 comentários:

Unknown disse...

GENTEE MORRI!!!JUROO!!!!!TIPO LI E RELI MIL VEZZES E VC SURPREENDE CADA VEZ MAISS!!TENHO MEDO DO SEU FUTURO BRILHANTE!!!!EU SINTO!!E QUANDO EU SINTO!!EU SINTO!!!

Unknown disse...

não mereço tanto paquita!!! um beijo imenso em seu coração!!!

Lilla Mattos disse...

Merece sim Gui, afinal, "o que importa é a espontaneidade das coisas", certo?! ahuHAUhuahuHUAHUhuahuHUAHuhau
[piadinha off...]
Ta aqui no coração, meu amigo, e quando ele apertar, pode deixar que eu ligo!!!!

E Lo.. se eu dependesse só de vc e dos seus recados fervorosos, eu seria a autora do maior best seller do mundo!!! Tu me deixa muito feliz e orgulhosa com tudo que me escreve!! E está marcando cada vez mais presença nos meus textos.. hehehe... Adorooooo!! MUITO!!!!

Beijo grande!!
;**